A Casa no Alto de Santo Amaro integra um conjunto de edifícios nas imediações do Palácio do Marquês de Valle Flor e do Palácio Jau. A hipótese deste “Grupo de duas casas iguaes” ter sido construído para altos funcionários do próprio Marquês de Valle Flor parece sustentável. Tanto os desenhos de projecto originais das casas, datadas de 1928 e de 1931, como a memória descritiva de 1943 são assinados pelo Arq. Ferreira da Costa.
O projecto de reabilitação partiu da adaptação do piso inferior para zonas sociais e do desvão do telhado como zona mais privada da casa, preservando o sistema estrutural existente assim como a compartimentação, escala, pavimentos, tectos, elementos decorativos.
Para dar resposta ao programa, concluiu-se necessária a ampliação da casa e propôs-se prolongar o volume existente, em continuidade arquitectónica (e histórica) com a preexistência reconstruindo, inclusivamente, a fachada de remate mais depurada no topo da planta em “L”, junto à garagem. Os novos vãos de fachada surgiram também nesta estratégia de continuidade embora, no alçado de topo, o desenho da caixilharia assinalasse a introdução destes novos vãos.
A filosofia de ampliação foi diferente para a cobertura, mais visível, uma vez que a intervenção no desvão do telhado surgiu no exterior através dos volumes pontuais em zinco que perpassam o telhado original. A abertura de vãos no desvão do telhado possibilitou a entrada de luz e uma relação física e visual com o exterior.
Ao nível do piso térreo, a subida do terreno no logradouro a sul aproximou a casa do jardim, permitindo uma relação mais franca entre interior e exterior.