O edifício objecto de reabilitação, constituído por cave, rés-do-chão comercial e pelos dois andares, ocupa um lote estreito e profundo, com área de 215 m2, 6 metros de frente e 26 metros de profundidade.
O espaço charneira contém a escada de acesso ao semi-piso, conseguido pelo aproveitamento do pé-direito disponível. Directamente acessível pelo vestíbulo de entrada, esta área central, é delimitada por portas envidraçadas que permitem isolá-la completamente. Foram estes dois elementos que permitiram desenvolver o leit motif do projecto. Duas habitações interligadas pelos seus vestíbulos que criam um pátio vertical inundado pela luz da grande clarabóia central.
Um dos objectivos do projeto, desde a sua conceção, foi recuperar tanto quanto possível os valores patrimoniais diagnosticados no edifício pré-existente. Tanto o vão de escada, como o acesso aos andares, mantiveram-se inalterados, recuperando-se a estrutura, revestimentos e corrimão e acrescentando-se apenas mais um tramo de acesso ao andar superior. Recuperou-se igualmente a distribuição funcional primitiva que localizava a sala e zonas comuns no lado orientado para a Rua Sá da Bandeira, a poente e os quartos, a nascente, para a Rua do Ateneu Comercial do Porto. Aproveitando o vão do telhado foi proposta uma nova cobertura aligeirada, que contempla uma área de apoio no último piso de habitação.