O projecto original da casa principal data de 1911. A casa é composta por rés-do-chão, primeiro, segundo andar e desvão da cobertura. Tirando partido da dimensão do lote e da demolição da construção ilegal anexa existente, o projecto prevê a reabilitação da casa principal, a sua ampliação e a criação de uma cave comum. Propõe-se dividir o edifício em 3 fracções autónomas: Fracção A – piso térreo da casa existente + ampliação; Fracção B – pisos 2 e 3 da casa existente (área sul) incluindo desvão da cobertura; Fracção C – pisos 2 e 3 da casa existente (área norte).
A ampliação para o tardoz da área de habitação, ao nível do piso térreo, e a criação de uma garagem comum em cave, para estacionamento automóvel e arrumos, desenham-se com uma elevação do terreno: um plano ligeiramente mais elevado que permite a criação de um jardim ao nível do piso 1 da casa existente. Reforça-se a relação interior/exterior das construções existentes com um projeto qualificado de paisagismo, recuperando identidade, valores e referências de jardins do início do séc. XX. Um elevador possibilita o acesso do piso da cave à cota do jardim comum e às Fracções A e B.
A estrutura da casa principal (paredes resistentes em alvenaria de pedra, pavimentos sobre vigamento de madeira e cobertura apoiada em asnas de madeira), tradicional do final séc. XIX/início do séc. XX, encontra-se em razoável estado de conservação, de acordo com o Relatório de Inspeção e Diagnóstico Estrutural.
Procura-se preservar o desenho original do edifício na sua expressão exterior e interior; recuperar azulejos, cantarias, beirados em madeira, gradeamentos em ferro; preservar a compartimentação original, com ligeiras adaptações, assim como tectos estucados, lambris, rodapés, portas/guarnições/portadas, pinturas/escaiola, e pavimentos em soalho de madeira; reconstruir e adaptar a estrutura metálica que encerra o jardim de inverno; reproduzir as caixilharias de madeira com desenho idêntico às originais.
A cobertura é elevada ligeiramente, reutiliza-se os seus elementos estruturais existentes e introduz-se duas trapeiras e uma claraboia para iluminação da nova escada da Fracção B, aumentando a área habitável do vão do telhado.
Adapta-se as habitações às necessidades actuais, dotando o edifício de níveis de conforto, redes e infraestruturas contemporâneas (AVAC, hidráulicas, instalações elétricas/telecomunicações, desempenho acústico).